quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Peça teatral Candida estreia no próximo dia 21 e 22 de agosto no Teatro Glauce Rocha.

 
O espetaculo Fala sobre amor, casamento e identidade masculina são os temas centrais da comédia Cândida, do dramaturgo irlandês Bernard Shaw, com a atriz convidada Bia Seidl no papel-título.
Completam o elenco: Fernanda Maia, João Bourbonnais, Sergio Mastropasqua, Thiago Carreira e Thiago Ledier. A direção é de Zé Henrique de Paula.

Escrito em 1895 pelo dramaturgo irlandês Bernard Shaw, o texto ameaça colocar em cena um adultério a ser praticado por Cândida (Bia Seidl) - a devotada esposa do reverendo Morell (Sergio Mastropasqua), um pastor anglicano de ideologia socialista. Cândida encanta-se pelo aristocrata Marchbanks (Thiago Carreira), um jovem poeta. Ao invés de seguir os rumos esperados, porém, a peça tem um final surpreendente. “Uma das grandes questões da peça se coloca para Cândida: O que completa mais a mulher? Um marido provedor, um porto seguro, com quem ela vive uma rotina que não é necessariamente entediante, mas serena, um bom alicerce? Ou viver a aventura de compartilhar momentos intensos com um jovem poeta de 18 anos com quem ela tem ‘epifanias na relva’, como ela mesma diz, e perde o fôlego com suas declarações de amor”, conta o diretor.

Ironia e irreverência marcam os personagens, incutindo ao enredo um tom de inteligência e alta teatralidade. Além dos três personagens que formam o triângulo amoroso central, completam a história o pai de Cândida, o capitalista insaciável Sr. Burgess (João Bourbonnais); a secretária do reverendo Morell, Srta. Prosérpina (Fernanda Maia), e o assistente do pastor, reverendo Lexy Mill (Thiago Ledier). A natureza da fé religiosa, o embate socialismo versus capitalismo, a decadência da nobreza e a Londres da era vitoriana também estão presentes na obra.

A montagem busca, esteticamente, a limpeza e a síntese, com cenografia enxuta e funcional, figurinos sóbrios em paleta de cores reduzida, música e iluminação de natureza narrativa e cenográfica. "Há um foco altamente dirigido para o trabalho de interpretação dos atores e para a descoberta de uma linguagem cênica que 'revele' o espírito de Shaw, um autor com carpintaria teatral impecável e sofisticação de pensamento. O ator, nesse sentido, é a peça fundamental", explica Zé Henrique. Cenário e figurinos, assinados pelo diretor, são pautados pela sobriedade: no palco, somente os elementos necessários e essencialmente simbólicos do universo da peça. Há uma predominância de cores escuras, acentuando a sisudez desse lar londrino da era vitoriana e funcionando como tela de fundo para a ação dos personagens. Nos figurinos, há uma busca por concretude e verdade, utilizando-se modelagens, tecidos e padronagens típicos do período.

A trilha original, composta pela diretora musical Fernanda Maia especificamente para a encenação, apresenta um quarteto formado por piano, violoncelo, violino e clarineta acompanhados por uma solista feminina. A música pontua as passagens de tempo dentro da peça e musicaliza as entradas de cada personagem com a sonoridade correspondente às características de cada um deles. A iluminação de Fran Barros evidencia a passagem do tempo (a peça se passa em um só dia, da manhã à noite) e também cria símbolos que contribuem para a construção da narrativa. “Zé Henrique de Paula deixou de ser promessa para se firmar como um dos mais competentes diretores teatrais da atualidade. ...Com diálogos afiadíssimos e um elenco de rara unidade, a montagem prima por sutilezas e cuidados. “Da imobilidade dos atores na abertura até o riso oferecido a conta-gotas, o espetáculo cativa e surpreende pela forte e irônica encenação”.

Os ingressos para a peça Cândida estão a venda na Sorveteria Jeito Frio, localizada na Av. Afonso Pena, 4.240, próxima ao Shopping Campo Grande. Os valores são R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). As sessões acontecem às 21h, no dia 21, e às 20h, no dia 22.

Mais informações: (67) 8408-5126

Nenhum comentário:

Postar um comentário